Cala-te

Cala-te, ó desgraçado. Cala-te!
Ninguém quer saber de tuas mazelas, lamentos e desgraças. Engole-as como engoles o velho conhaque barato, sem gelo, a te arder a garganta.
Ninguém quer ver-te a chorar, nem mesmo a contar tuas péssimas anedotas. Apenas cala-te!
Que te ocorre? Mas se respondes, se lamentas, fica a choramingar. Se não respondes, estás a fazer papel de "mulherzinha". Ora, cala-te, mas não transpareça essa tristeza maldita, desgraça!
Será que não podes apenas ser um adorno ocupando um espaço na casa? Ficas ali, onde estorva bem menos.
Não me venha com essa de partir, de cessar-te a vida, todos sabem que o faz apenas por chamar a atenção. Se quisesses mesmo partir, já o teria feito. Tua presença nunca foi bem quista, mas se partes dá trabalho, então apenas fica e te cala a boca.
Agora lembra que te amo.

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